Vinte e vários anos, um blog e nenhuma certeza. Uma ou duas quebradas da vida e aprendeu a não esperar mais pelo certo. Encontros que a vida proporciona, certos e errados.
Assim se conheceram. Força de expressão. Acharam-se. Ele a leu, diz curtiu o romantismo, já a conhecia há muito tempo? Intrigado, resolveu dar as caras.
Ela respondeu animada. Valei-me, Nossa Senhora da Interatividade. De brinde um presente musical e a dica de que ele prestava atenção.
Palavras escritas às duas da manhã, laptop apoiado em caixas de papelão. Pensamento ainda sem forma que começa a ocupar boa parte do dia.
Pergunta pouco, fala muito, descobre mais ainda. Tantas semelhanças com o ex que até se assusta. Mas não esquece a lição: viver o encontro...
Cento e quarenta páginas. Setenta per capita. Menos de um mês. Começa a assustar. Mas a conversa é boa...
Quer ser safa, mas tem coração de moça. É romântica, mas cabeça é de mulher. Não sabe se fica ou se vai, se vai ou se fica. Entra na toca, mas espalha farelos de pão (que os passarinhos não comeram) indicando o caminho do esconderijo.
Ele espera, espreita. Responde em código morse: sabe quem ela é, e ela também. Está tudo certo.
Daí pros esse-eme-esses um pulinho. Dois, três, quatro por dia. Loucura, baby, loucura. Quem é? Que cara tem? O último, lá pelos idos do século passado, não tinha um dos dentes da frente. Ela educada demais para fugir pela janela do banheiro. Achou-se vacinada. Qual!
Quando do desencontro, sem saber direito a cara de um, o focinho de outro (com dente? Sem dente?), ela decide passar da rede à vida. Vai no susto, pega desprevenido, ele em bicas, ela em frouxos de riso.
Só a música salva. Ela mezzo-mussarela, mezzo-calabresa: o descompasso era inevitável – mas, afinal, ele era ele!
Ele queria ouvi-la cantar ainda por um bom tempo...
Coração de moça e cabeça de mulher solteira andam cada um para um lado. Escolha é renúncia... O sim é maior que o não? Ele tão menino...
Reciprocidade assusta. Mais: a certeza do outro aumenta a dúvida do um. Ele vem com energia... Vem menino, manso, mas afirmativo. Escreve, torpedeia, convida, pergunta, conta, fica perto. Ela responde, retorna, não vai, vai, embarca, hesita, fica perto.
E o medo? Ele sabe dela. “Minha vida é um livro aberto”. Ela, não obstante, teme. Ele não veio de passagem. E ela é auto-declaradamente “definitivamente a mulher certa”, mas queria errar! Só não à custa dele.
Incertezas conduzem a desfechos precoces. Ao som de “Eduardo e Mônica”, um dia ela racha, ele diz vem, ela vai, uma coisa leva à outra, a outra leva a outra ainda e essa ainda leva a uma terceira, mas depois essa última não leva a lugar nenhum. E diante disso, ela segue recomendações médicas e sorri um sorriso amarelo.
O que fazer quando se chegou perto demais? O impostor só fala sobre o tempo – persona ou self.
Ela tenta ser bad, bold, wiser, hard, tough, stronger, cool, calm, mas não calça 36. Entre o que se deve ser ou o que se é, fica com a segunda opção, torcendo pela múltipla escolha. Suas entranhas numa bandeja.
Altruísmo ou inconsciência, ele tenta, desajeitado, mas não nasceu equipado para tal (Ah, o curioso hiato existente entre o discurso e a ação!).
Por fim, jorra: “não quero!”.
Primeiro o alívio (mulheres amam palavras!), depois a mansidão e, por fim, o vazio. Vida irônica. Disse uma sábia: “cada um de nós assume um risco ao entrar em relação com o outro. Cuide do seu que ele cuida do dele”.
Palavras não quebram ossos. Silêncio de lado a lado. Quantos equívocos...
Resta um blog. Ela tem internet discada, mas desconfia que nem uma banda larga teria dado conta de tantos desejos velados.
Assim se conheceram. Força de expressão. Acharam-se. Ele a leu, diz curtiu o romantismo, já a conhecia há muito tempo? Intrigado, resolveu dar as caras.
Ela respondeu animada. Valei-me, Nossa Senhora da Interatividade. De brinde um presente musical e a dica de que ele prestava atenção.
Palavras escritas às duas da manhã, laptop apoiado em caixas de papelão. Pensamento ainda sem forma que começa a ocupar boa parte do dia.
Pergunta pouco, fala muito, descobre mais ainda. Tantas semelhanças com o ex que até se assusta. Mas não esquece a lição: viver o encontro...
Cento e quarenta páginas. Setenta per capita. Menos de um mês. Começa a assustar. Mas a conversa é boa...
Quer ser safa, mas tem coração de moça. É romântica, mas cabeça é de mulher. Não sabe se fica ou se vai, se vai ou se fica. Entra na toca, mas espalha farelos de pão (que os passarinhos não comeram) indicando o caminho do esconderijo.
Ele espera, espreita. Responde em código morse: sabe quem ela é, e ela também. Está tudo certo.
Daí pros esse-eme-esses um pulinho. Dois, três, quatro por dia. Loucura, baby, loucura. Quem é? Que cara tem? O último, lá pelos idos do século passado, não tinha um dos dentes da frente. Ela educada demais para fugir pela janela do banheiro. Achou-se vacinada. Qual!
Quando do desencontro, sem saber direito a cara de um, o focinho de outro (com dente? Sem dente?), ela decide passar da rede à vida. Vai no susto, pega desprevenido, ele em bicas, ela em frouxos de riso.
Só a música salva. Ela mezzo-mussarela, mezzo-calabresa: o descompasso era inevitável – mas, afinal, ele era ele!
Ele queria ouvi-la cantar ainda por um bom tempo...
Coração de moça e cabeça de mulher solteira andam cada um para um lado. Escolha é renúncia... O sim é maior que o não? Ele tão menino...
Reciprocidade assusta. Mais: a certeza do outro aumenta a dúvida do um. Ele vem com energia... Vem menino, manso, mas afirmativo. Escreve, torpedeia, convida, pergunta, conta, fica perto. Ela responde, retorna, não vai, vai, embarca, hesita, fica perto.
E o medo? Ele sabe dela. “Minha vida é um livro aberto”. Ela, não obstante, teme. Ele não veio de passagem. E ela é auto-declaradamente “definitivamente a mulher certa”, mas queria errar! Só não à custa dele.
Incertezas conduzem a desfechos precoces. Ao som de “Eduardo e Mônica”, um dia ela racha, ele diz vem, ela vai, uma coisa leva à outra, a outra leva a outra ainda e essa ainda leva a uma terceira, mas depois essa última não leva a lugar nenhum. E diante disso, ela segue recomendações médicas e sorri um sorriso amarelo.
O que fazer quando se chegou perto demais? O impostor só fala sobre o tempo – persona ou self.
Ela tenta ser bad, bold, wiser, hard, tough, stronger, cool, calm, mas não calça 36. Entre o que se deve ser ou o que se é, fica com a segunda opção, torcendo pela múltipla escolha. Suas entranhas numa bandeja.
Altruísmo ou inconsciência, ele tenta, desajeitado, mas não nasceu equipado para tal (Ah, o curioso hiato existente entre o discurso e a ação!).
Por fim, jorra: “não quero!”.
Primeiro o alívio (mulheres amam palavras!), depois a mansidão e, por fim, o vazio. Vida irônica. Disse uma sábia: “cada um de nós assume um risco ao entrar em relação com o outro. Cuide do seu que ele cuida do dele”.
Palavras não quebram ossos. Silêncio de lado a lado. Quantos equívocos...
Resta um blog. Ela tem internet discada, mas desconfia que nem uma banda larga teria dado conta de tantos desejos velados.