Eu sou um bicho teimoso, ou melhor, preguiçoso, ou melhor, randomicamente avoado. O vizinho cansou de buzinar no meu ouvido: Mulher, você tá marcando touca nessa 2001! A locadora da esquina de casa é muito mais barata...
E eu, afundando em dívidas e afundando a minha solidão nos filmes, levei quase um ano para finalmente me lembrar de colocar um simples comprovante de residência da bolsa para fazer o meu cadastro na locadora.
Confesso que logo de cara não notei uma diferença significativa nos preços. Pra falar a verdade, a minha ridiculamente obsessiva memória para eventos dramáticos e cultura inútil não é lá um grande prodígio na arte da comparação dos preços. Deve ser por isso que eu, afundando em dívidas e afundando a minha solidão em potes de requeijão, continuo fazendo compras no Pão de Açúcar. Ah, é. Também gosto de fazer supermercado de madrugada. Coisas de solteiros solitários.
Mas de volta aos fatos: comecei a freqüentar a locadora ocasionalmente, sem sentir, de imediato, nenhum grande alívio no bolso. Foi aí que o universo conspirou para que a minha gula de ficção atacasse em plena quarta-feira. Entrei, vasculhei as prateleiras (é verdade que a oferta não é tão variada, mas sempre há algo interessante se a gente procurar com afinco), escolhi uma fita (pra usar uma gíria em desuso e provocar raivinhas em amigas ruivas) e, ao passar pelo balcão, recebi a senha para a felicidade: não quer aproveitar e pegar mais um? Hoje é dia de promoção, cada locação por 3,50. Voltei para casa feliz da vida, com dois DVDs debaixo do braço e quarenta e oito horas para desfrutá-los, tudo pela bagatela de 7 reais.
Semana seguinte, a cena se repete. Mas dessa vez, com programação noturna na quinta-feira e intensa programação diurna no feriado de sexta, só consegui assistir a um dos filmes. Ainda assim, desfrutei do privilégio de ligar para a locadora vir buscá-lo na minha casa, sem taxa de “entrega”, e deixei para acertar tudo no dia seguinte quando fosse devolver o segundo.
Na hora de pagar, a surpresa: Deu 9,50. Como? 9,50. Sabe o que é, você está um dia atrasada... Pois é, sei disso, respondi surpresa. É que pensei que fosse ficar mais caro. Não, a diária em atraso custa 2,50. Ah... Desse jeito até vale a pena atrasar, não? Levemente constrangida, a atendente não teve como não concordar.
Hoje foi dia de cinema em casa de novo. E como a primeira sessão acabou cedo, estou me preparando para a segunda. Acontece que li em um cartaz em cima do balcão que os filmes locados na promoção de quarta, se devolvidos na quinta, saem por 2,50. Imaginem o cenário: na quarta-feira alugo quatro filmes. Com uma sessão dupla na quarta e outra na quinta-feira (uma meta conservadora para alguém que não vai para a cama antes das duas da manhã), terei assistido a quatro filmes por reles 12 reais. E o preço vale tanto para catálogo quanto lançamento!
Na pior das hipóteses, vendo um filme por dia de quarta a sábado, arremato a semana com quatro novas aquisições para o meu repertório filmográfico por apenas 4,50 cada. Calculem comigo: devolvo (ou melhor, mando buscar) o primeiro filme na quinta por 2,50; o segundo na sexta por 3,50 (não dá pra assistir e devolver um na própria sexta porque a locadora fecha às 23h); o terceiro e o quarto no sábado por 6,0 cada. Tã-dã! Conta final: 18 reais.
A quarta-feira, que costumava ser o limbo insosso entre o longínquo sábado que passou e o que ainda está por vir, acaba de receber o Mulher Solteira Award de noite mais divertida da semana.
E eu, afundando em dívidas e afundando a minha solidão nos filmes, levei quase um ano para finalmente me lembrar de colocar um simples comprovante de residência da bolsa para fazer o meu cadastro na locadora.
Confesso que logo de cara não notei uma diferença significativa nos preços. Pra falar a verdade, a minha ridiculamente obsessiva memória para eventos dramáticos e cultura inútil não é lá um grande prodígio na arte da comparação dos preços. Deve ser por isso que eu, afundando em dívidas e afundando a minha solidão em potes de requeijão, continuo fazendo compras no Pão de Açúcar. Ah, é. Também gosto de fazer supermercado de madrugada. Coisas de solteiros solitários.
Mas de volta aos fatos: comecei a freqüentar a locadora ocasionalmente, sem sentir, de imediato, nenhum grande alívio no bolso. Foi aí que o universo conspirou para que a minha gula de ficção atacasse em plena quarta-feira. Entrei, vasculhei as prateleiras (é verdade que a oferta não é tão variada, mas sempre há algo interessante se a gente procurar com afinco), escolhi uma fita (pra usar uma gíria em desuso e provocar raivinhas em amigas ruivas) e, ao passar pelo balcão, recebi a senha para a felicidade: não quer aproveitar e pegar mais um? Hoje é dia de promoção, cada locação por 3,50. Voltei para casa feliz da vida, com dois DVDs debaixo do braço e quarenta e oito horas para desfrutá-los, tudo pela bagatela de 7 reais.
Semana seguinte, a cena se repete. Mas dessa vez, com programação noturna na quinta-feira e intensa programação diurna no feriado de sexta, só consegui assistir a um dos filmes. Ainda assim, desfrutei do privilégio de ligar para a locadora vir buscá-lo na minha casa, sem taxa de “entrega”, e deixei para acertar tudo no dia seguinte quando fosse devolver o segundo.
Na hora de pagar, a surpresa: Deu 9,50. Como? 9,50. Sabe o que é, você está um dia atrasada... Pois é, sei disso, respondi surpresa. É que pensei que fosse ficar mais caro. Não, a diária em atraso custa 2,50. Ah... Desse jeito até vale a pena atrasar, não? Levemente constrangida, a atendente não teve como não concordar.
Hoje foi dia de cinema em casa de novo. E como a primeira sessão acabou cedo, estou me preparando para a segunda. Acontece que li em um cartaz em cima do balcão que os filmes locados na promoção de quarta, se devolvidos na quinta, saem por 2,50. Imaginem o cenário: na quarta-feira alugo quatro filmes. Com uma sessão dupla na quarta e outra na quinta-feira (uma meta conservadora para alguém que não vai para a cama antes das duas da manhã), terei assistido a quatro filmes por reles 12 reais. E o preço vale tanto para catálogo quanto lançamento!
Na pior das hipóteses, vendo um filme por dia de quarta a sábado, arremato a semana com quatro novas aquisições para o meu repertório filmográfico por apenas 4,50 cada. Calculem comigo: devolvo (ou melhor, mando buscar) o primeiro filme na quinta por 2,50; o segundo na sexta por 3,50 (não dá pra assistir e devolver um na própria sexta porque a locadora fecha às 23h); o terceiro e o quarto no sábado por 6,0 cada. Tã-dã! Conta final: 18 reais.
A quarta-feira, que costumava ser o limbo insosso entre o longínquo sábado que passou e o que ainda está por vir, acaba de receber o Mulher Solteira Award de noite mais divertida da semana.