Revirei gavetas e saudades. Levantei poeira de um amor perdido.
Não do último. Do primeiro. Se não o primeiro de todo, pelo menos o de fato e de direito. E não perdido pelo fim do amor – embora, de alguma forma, em algum momento, o amor em si também tenha se perdido –, mas perdido no mundo.
Endereço, telefone, e-mail, nada mais nos conecta. Nove anos foram suficientes para que todos os nossos pequenos pontos de contato deixassem de existir. Moramos em cidades diferentes. Em dois mundos diferentes. Não temos amigos em comum. Comum é o seu nome, tão comum que nem a velha lista telefônica é pista suficiente para reencontrá-lo. Nem mesmo o milagroso orkut.
Caberiam medidas extremas, mas em nome de quê? Tudo aconteceu há tanto tempo... O amor foi vivido inteiro, com começo, meio e fim. As vidas seguiram rumos diferentes. Enquanto ainda doía ficar sem ele, tentei mantê-lo perto de mim. Ele não quis. Foi em frente, amou de novo, guardou distância respeitosa. Eu também. Aquela que o amou é hoje um espectro, como se muitas outras vidas já houvessem se passado desde então.
Mas os e-mails empoeirados, de um tempo em que conhecer alguém pela internet ainda soava estranho aos ouvidos dos amigos, são a prova de que tudo aconteceu, e nessa vida. Fazem lembrar que o que se viveu foi muito mais do que um amor adolescente. Dois anos de um amor verdadeiro, que prevaleceu sobre uma diferença de sete anos de idade e seiscentos quilômetros de distância. Muitos dias de saudade, muitas noites de paixão. O frenesi de saber-se amada. O deslumbramento depois da primeira noite juntos. O primeiro eu-te-amo. O dormir abraçado, colado, fundido, no dia da morte do pai dele. O calor daquele quarto, daquele corpo. Tantas lágrimas derramadas pela simples inexperiência de amar e, ainda assim, a felicidade extrema. Ah...
Todos os outros estão perto, mesmo que não próximos; à distância de um amigo, sete quadras ou um telefonema. Ele não.
Fecho as gavetas e as saudades.
Assim é a vida.
Não do último. Do primeiro. Se não o primeiro de todo, pelo menos o de fato e de direito. E não perdido pelo fim do amor – embora, de alguma forma, em algum momento, o amor em si também tenha se perdido –, mas perdido no mundo.
Endereço, telefone, e-mail, nada mais nos conecta. Nove anos foram suficientes para que todos os nossos pequenos pontos de contato deixassem de existir. Moramos em cidades diferentes. Em dois mundos diferentes. Não temos amigos em comum. Comum é o seu nome, tão comum que nem a velha lista telefônica é pista suficiente para reencontrá-lo. Nem mesmo o milagroso orkut.
Caberiam medidas extremas, mas em nome de quê? Tudo aconteceu há tanto tempo... O amor foi vivido inteiro, com começo, meio e fim. As vidas seguiram rumos diferentes. Enquanto ainda doía ficar sem ele, tentei mantê-lo perto de mim. Ele não quis. Foi em frente, amou de novo, guardou distância respeitosa. Eu também. Aquela que o amou é hoje um espectro, como se muitas outras vidas já houvessem se passado desde então.
Mas os e-mails empoeirados, de um tempo em que conhecer alguém pela internet ainda soava estranho aos ouvidos dos amigos, são a prova de que tudo aconteceu, e nessa vida. Fazem lembrar que o que se viveu foi muito mais do que um amor adolescente. Dois anos de um amor verdadeiro, que prevaleceu sobre uma diferença de sete anos de idade e seiscentos quilômetros de distância. Muitos dias de saudade, muitas noites de paixão. O frenesi de saber-se amada. O deslumbramento depois da primeira noite juntos. O primeiro eu-te-amo. O dormir abraçado, colado, fundido, no dia da morte do pai dele. O calor daquele quarto, daquele corpo. Tantas lágrimas derramadas pela simples inexperiência de amar e, ainda assim, a felicidade extrema. Ah...
Todos os outros estão perto, mesmo que não próximos; à distância de um amigo, sete quadras ou um telefonema. Ele não.
Fecho as gavetas e as saudades.
Assim é a vida.
15 comentários:
Assim você me faz chorar....! Linda você como sempre, amiga. Linda com as lembranças e palavras.
Beijos,
Lee
Só para não dramatizar tanto, acho que o choro é uma consequência da maneira que você escreve. Do como isso me faz sentir por sensações familiares, perdas e gavetas fechadas. Pagaria para ver quem não se abale com um post assim, tão rico de fatos que ocorrem de repente na vida dos que amam sempre mais.
Eu acredito que quando amamos de verdade, e o objeto do amor some de nossas vidas, é muito reconfortante olharmos para todos os nossos ex-amores, quase como se pudéssemos nos lembrar da capacidade que temos de sermos amadas, de provocar afeto. Frequentemente faço isso e me reconforta, re-energiza para o dia seguinte na vida de mulher-solteira, que eu ADORO também. Você já tentou a lista telefônica on-line da cidade em que ele mora? Na de SP pelo menos conseguimos tudo. Torcendo pela sua busca, abraço, Gisele
ME DÁÁÁ UM TEEEEEEEEEE!!!
Beijos Flor
Flor de formosura!
Se eu esquecer uma coisa importante vc me perdoa? Tem que me aceitar assim meio lesada, afinal, só existo desse jeito. Aceita uma amiga pernetinha?
beijocas!!!
Manelsinha.. que coisa linda... :-)
beijinhos, Mana
Há um link que nunca se perde, não é?
Se teve começo, meio e fim. Foi vivido inteiro. E a saudade de algo bom vai ficar para sempre, pois as vezes acho que o resgate de um passado, faz com que o amor vire estranho, vire um amor de hoje com a lembrança do passado e ele jamais seria igual.
Que venham novos amores. Novos calores. Novos emails para guardar....
beijos
Re (a que acredita sempre no amor.... rsrsrsr)
Bonito, porém triste!
poxa, pq será que a gente as vezes sente essa saudade e quase uma necessidade de revirar o baú? compartilho a idéia contigo... fiz isso várias vezes. acho que é a saudade de ter uma história especial mais perto, pelo menos no meu caso. adorei tua história, reescreva outra e me conta depois! rsrs.
Que lindo..........
Que lindo...
Tb acredito no amor. No amor de todas as formas. No amor vivido. na experiência que a vida traz e preenche o peito.
No amor completo...que é aquele que vivemos de corpo e alma.
Lindas palavras........
Bjs.
Linda Lee,
se faço você chorar, é só porque temos um coração tão parecido...
Gisele,
eu concordo com você. Saber da minha possibilidade de amar e ser amada é sempre reconfortante. Escrevi uma vez em um post aqui no blog que relembrar amores antigos é como dizer em uma oração: "eu vivi, eu amei, minha vida não passou em branco". Tentei a lista online sim, mas o nome dele é muito comum, impossível de achar...
Anônimo-flor,
se eu te disser que não entendi uma palavra do que você disse, você acredita?
Manelsinha,
que bom que você gostou, Maninha... e você foi testemunha privilegiada desse amor, né? Como sempre...
Dedinhos,
nossa história é tudo, não? É quem somos...
Rê,
entendo o que você quer dizer... eu nunca reeditei um amor do passado, mas imagino a sensação de estranheza. De qualquer jeito, é muito ruim pensar em não ter ao alcance da mão alguém que foi tão importante. E somos duas a acreditar no amor, né???
Ingrith,
eu diria "bonito e triste", né? Toda beleza é um pouco triste... ou não?
Isabela,
pode deixar, história é o que não vai faltar por aqui!
Vivi,
que bom poder dividir isso com você!
Cris,
Que lindo...eu sempre me emociono com você, linda!
E acho que tudo o que você põe no papel (força da expressão)me leva pra perto das minhas experiências passadas que foram boas. Elas sempre me confortam dizendo que um dia amei e que foi amada, no matter what! beijos,
Tia Sereia
PS: E olha que eu sou bem feliz na vida de mulher solteira...
Que lindo post...
Eu fiquei casada por 8 loooongos anos, e hoje, ao ve-lo (temos 2 filhos em comum), fico pensando: onde eu estava com a cabeça???
Passou, passou!!!Não tem volta...
Se tiver, fica com gosto de pão embolorado... Não dá!!! Intragável e xôxo...
Gostei do "espectro"... Quando virei "espectro", foi muito difícil; agora... tudo bem!!!
Bjs
Perdi o meu amor à dez anos. Namoramos dois e estavamos para casar... de um momento para o outro tudo desapareceu. Perdi o meu amor, os meus sonhos, o nosso futuro... desde aquele dia deixei de existir. Morri e quando retornei à vida já não era mais a mesma.Sou outra coisa qualquer sem norte ou sentido... Olho-me ao espelho e não me reconheço.
Estou incompleta e imperfeita desde o dia em que ele partiu.Com ele foi um pedaço de mim.
Perdi o meu amor...
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