segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Trieb

“Despidos somos todos iguais”, ele disse.

Fui obrigada a discordar. Se assim fosse, não haveria teoria freudiana.

“Que teoria freudiana é essa?”, quis saber.

A resposta está há mais de um mês na minha pasta de rascunho. Começava dizendo que ele desafiava o meu poder de síntese pedindo que eu explicasse esses complexos conceitos psicanalíticos; explicava, em seguida, que para Freud a percepção de meninos e meninas sobre a distinção anatômica entre os sexos é o ponto de partida para o Complexo de Édipo e de Castração, para o interdito ao desejo, para a separação da mãe, para a constituição do sujeito, para a primeira escolha de objeto, para a identificação, para a segunda escolha de objeto...

Parece que em dois ou três parágrafos consegui resumir o que queria dizer. Mas aí já se tinham passado alguns dias desde que a pergunta havia sido feita – no próprio dia eu estava mais ocupada em responder a muitas outras perguntas mais prementes e necessárias – e pareceu perder o sentido enviar a resposta.

Mesmo com a perda do timing, guardei-a lá, na pasta de rascunho.

Se alguém me perguntasse hoje, eu diria, sem sombra de dúvida: no fim das contas, é a distinção anatômica entre os sexos o que move o mundo.

2 comentários:

Anônimo disse...

é a principal diferença.

Letícia disse...

Sem dúvida nenhuma...rs... Influencia, inclusive a lei do mercado, do post abaixo...rs...

Bjo!