sábado, 23 de maio de 2009

A cura

O caso mais contundente de terapia breve de que já tive notícia foi-me relatado por uma amiga.

Depois de muito tempo de indecisão ela finalmente conseguiu vencer suas resistências iniciais e procurou um analista. Marcou hora, compareceu, achou-o agradável e confiável, expôs-lhe as suas queixas, emocionou-se a falar de sua relação com a mãe.

Ouviu-o com esperança, acreditando que tudo seria possível. Saiu de lá com a certeza de ter pela frente um processo longo e doloroso, mas significativo.

Na semana seguinte, aguardou a ligação do analista para confirmar o horário definitivo de suas sessões. A ligação não veio. Então, tomou a iniciativa de procurá-lo.

Pela secretária, descobriu que a sua análise havia chegado ao fim: o analista falecera.