segunda-feira, 10 de março de 2008

Pra titia

Falando em casamentos...

Minha prima vai casar. Minha prima linda, querida e amada vai casar. A idéia original era morar junto e fazer um test-drive antes de completar o serviço, mas titia deu uma chamada e os noivos resolveram se enquadrar. O casório é em janeiro de 2008. Vivam nos noivos!

Então me dei conta de que, depois do casamento de outra prima, por parte de pai, marcado para agosto desse ano, e do casório da minha prima querida no começo do ano que vem, me tornei a próxima na linha sucessória da família. E não vejo ninguém à minha frente!...

O pior de tudo é que até hoje absolutamente todas as minhas cinco primas mais velhas (e a minha irmã) se casaram (ou casarão) exatamente como manda o figurino: com um bom homem, na igreja, em cerimônia celebrada por um pastor (as duas famílias são protestantes), de branco, com direito a aliança e festão pra mais de 200 convidados.

Quando a minha irmã se casou eu pensei secretamente: “papai, mamãe, aproveitem bem esse momento, pois ele será único na vida de vocês...”. Eu já sabia que nunca me casaria na igreja e, mesmo namorando naquela época e curtindo a idéia de rituais, também desconfiava que morar junto seria o primeiro passo antes de pensar em algum tipo de celebração. E mesmo a tal celebração, se houvesse, certamente não seguiria os moldes dos casamentos tradicionais.

Hoje em dia, porém, já fui ainda mais longe nas minhas elucubrações sobre o futuro: será que algum dia eu vou sequer juntar os meus trapinhos com alguém? E isso não é um discurso amargurado e anticasamento, é apenas uma constatação sobre a imprevisibilidade da vida. Poucas pessoas que eu conheço são tão românticas quanto eu. Quase nenhuma das minhas amigas curte tanto a idéia de “se amarrar” quanto eu curto. Quando amo (reformulando: até hoje, quando amei...), nunca lamento o fato de estar comprometida e não sinto falta da liberdade da vida de solteira. E acho que, desde sempre, a idéia de casar e ter filhos é um dos meus maiores desejos e aquilo que talvez atribua mais sentido à existência.

Ainda assim, ao longo dos últimos 22 meses da minha vida, comecei a exercitar o pensamento sobre a possibilidade de isso nunca vir a acontecer e traçar rotas alternativas para que a minha vida possa vir a ter tanto ou mais sentido quanto eu encontraria se pudesse realizar aquele meu sonho original. Por mais que se diga “que é isso! Você só tem 29 anos!”, passei a sentir uma necessidade leonina de aprender a me pensar como uma pessoa completa mesmo sozinha.

Tenho certeza de que ainda vou viver muitos encontros nessa vida, e espero que cada uma das coisas que eu vivi até hoje esteja me preparando para vivê-los cada vez mais intensamente e extrair deles o máximo de prazer, dor e ensinamento. Mas quero também ter a certeza de que, se por uma falta de sorte nenhum desses encontros for mágico o suficiente para me fazer desejar dividir a minha vida com outra pessoa, ainda assim posso me sentir feliz e realizada.

Acho que tenho feito um bom trabalho até agora. Mas é inevitável, de vez em quando, se render a essas pequenas fantasias que acompanham as meninas desde sempre: pensar no seu vestido de noiva, na música que você queria que tocasse na sua entrada triunfal, em quem seriam os seus padrinhos... Só falta mesmo um pequeno detalhe para completar o quadro: o noivo!

Por que é que nenhuma das minhas primas resolveu fazer a Revolução antes de mim, casar com uma mulher, entrar para um harém, namorar um casal (acreditem, isso existe), enfim, romper com os paradigmas? Bem, simplesmente não aconteceu... E felizmente, cada uma delas, a meu ver, encontrou a felicidade ao seu modo.

Enquanto isso, estou aqui trabalhando com afinco para encontrar o meu...

12 comentários:

Anônimo disse...

Aê, Manelson
a imprevisibilidade taí pra cada um, a seu modo. Uma avulsíssima aos 30, pode passar o resto da vida "amarrada" após um "encontro mágico" aos 35. Uma pessoa amarrada desde os 15 com a mesma pessoa pode, aos 30, se ver completamente avulsa (e, de alguma forma, talvez para sempre). Outras pessoas (como meus pais) podem decidir a vida solitária aos 50 e tantos anos (e se amarrarem de novo quase sexagenários). E por aí vai. E assim acho que o negócio é tirar proveito máximo da condição atual, seja lá qual for.
A tempo: com todo respeito às tradições, mas *plis*, vc de noiva, buquê na mão e marcha nupcial acho que não, né? ;-)
Beijocas, Mana

neli araujo disse...

Cris querida
Que post legal! Este assunto anda fervilhando à nossa volta, rsrsrs
Concordo com todo o primeiro parágrafo da sua Mana, e pra reforçar, um pedacinho da letra do John Lennon: "Life is what happens to you while you're busy making other plans". Então, linda, aproveite cada segundo!
Agora, romantica que sou, se ainda penso em "talvez" um novo casamento aos 54 anos, mesmo sem "noivo" ainda, hahaha... daí já preciso discordar (com todo o respeito) da sua Mana no segundo parágrafo,rsrsrs
Se você quiser se casar de véu e grinalda, I will support you, rsrsrs

beijos, e me diverti com o assunto!
Tia Bó

Renatinha disse...

Me casei, não de branco, nem de véu, nem na igreja.... minha irmã mais velha pirou com isso, mas por pura bobeira. Não existem regras para a felicidade, quem disse que sou mais feliz que ela porque casei? O futuro é tão incerto, e basta acreditar que algo de bom acontece, algo de bom para vc e não para a sociedade...
E nunca jamais fechar as portas para ser feliz, e sempre exercer o dom de dividir... Pois com o tempo ficamos cada vez mais egoistas e aí... ninguém entra na nossa vida.
bjs
Re

Anônimo disse...

Olá. Leio o seu blog há tempos, mas nunca comentei. Adoro seus posts e muitas vezes me identifico com eles. E esse é um deles, rsrs. Às vezes me pego pensando o mesmo que você. Mas de uns tempos pra cá eu desencanei e tô na linha carpe diem/frase do Lennon. Tá dando certo. Beijo.

Cláudia disse...

Já tive tudo isso e quero ter de novo, com o ritual e tudo. Aliás, acho um absurdo a igreja católica não me permitir casar de novo na igreja porque sou divorciada: se eu fosse uma assassina e esquartejadora de criancinhas, podia.
Adoro viver junto, dividir o banheiro, a rotina de se encontrar no fim do dia. Já nasci bordando o enxoval.
Tenho certeza de que vou ter tudo isso novamente, e você também, claro! Como diz minha mãe, há sempre um chinelo velho (namorado) prum pé doente (você) -acredite que ela diz isso pra nos consolar... ah ah ah
beijo

fabiana disse...

Eu acredito nessa coisa de 'alternativas' para ser feliz! De verdade.

E você se esqueceu de completar a frase final aí com: 'em um ringue de sumô'.

rsss

Beijocas

Mulher Solteira disse...

Aê Manoca,
falou, disse e assino embaixo. O negócio também é a gente aprender que cada situação tem um proveito para ser tirado, né?
Quanto ao meu próprio casamento, SE e QUANDO acontecer, te garanto que vai ser a minha cara, e você vai concordar comigo, tá? :* E já tá convidada pra ser madrinha.

Tia Bó!
Fiquei morrendo de vontade que você deixasse um comentário para esse post... :)
Torço para que o seu coração romântico ainda encontre um belo de um maridão! Mesmo que num esquema moderninho-casas-separadas, como conversamos... :)

E fico feliz de saber que you support me, no matter what!

Beijoca!


Rê,
não há dúvidas de que uma coisa não é melhor do que a outra, mas a gente cresce ouvindo tanta coisa que mesmo quando racionalmente pensa de uma forma, acaba sentindo de outra... :)
Concordo com você, o importante é se abrir para a felicidade e, se a opção ou condição for pra ser sozinha, que isso não signifique ser solitária ou individualista!

Oi Ana Carol! Bem-vinda!
Eu adoro quando as leitoras silenciosas resolvem se manifestar... :)
Que bom que tem funcionado para você. Eu ainda estou caminhando, aprendendo... mas quero muito encontrar o meu caminho, que certamente vai ser único, assim como o seu!

Claudia,
hahahahaahah, será? Bom, tomara que a sua mãe tenha razão... mas se não tiver... um brinde às mulheres solteiras!

Fabi,
que bom ouvir isso!
É verdade, tô aqui com a danada, de fraldão, no ringue... hahahaha :)

Polly Barros disse...

É, posso dizer q as coisas foram acontencendo pra mim, sem que eu fizesse muitos planos; aliás, qdo era + nova, era super chata com esse negócio de casar (tinha um péssimo exemplo dentro de casa... aquela história...). Mas, encontrei uma pessoinha ótima, ele é tranquilo como eu, deixamos viver. E hj moramos juntos, nos sentimos casados, nossos pais não têm o mesmo sentimento, mas por enquanto a gente tá muito bem em relação a isso. Tenho amigas q seguiram caminhos parecidos, mas no meio da parada resolveram trocar alianças pq rolou uma pressão grande. É isso, vc falou bem, não é aversão, nem campanha anticasamento, só q tem q ser gostosinho, não é uma obrigação, um curso natural, nascer-crescer-casar-reproduzir, ou mesmo trocando a ordem desses dois últimos. rsrs
Acho q o + essencial é gostar, amar, ser bom pros dois até onde der. E q seja eterno enquanto dure (e clichê tb, pq não?!?) rsrs
Beijo pra tu ;)

Eu fui a "ovelha negra" da família, ninguém tinha feito isso ainda... hehehe

Mulher Solteira disse...

Oi, Polly!
Que gostoso ouvir o seu relato.
Também espero encontrar uma pessoinha ótima e tranqüila como eu pra ter uma coisa gostosinha, hihihihihi... :)
Mas... se não rolar... tamos aí!
Beijoca!

Prima querida disse...

ô prima... eu bem que tentei fazer a revolução... mas não deu!

Se te consola, acho que não vou casar com pastor... gostaria de fazer só o civil com festa.

Eu e o Alê adoramos o post!! (ele ficou todo feliz com o bom moço e eu com a prima querida!! E o viva aos noivos!!)

Tbm tenho certeza que tem ainda muitos encontros por vir (ou quem sabe nem serão necessários tantos...) e que, independente disso, será muito feliz!! Aos poucos vamos achando nosso caminho, ou, quem sabe, ele que nos acha. De qualquer forma... "No final tudo dá certo. Se ainda não deu certo é pq ainda não chegou no final"

Um beijão!!!!

Mulher Solteira disse...

Ô prima querida... eu bem sei que você tentou fazer a Revolução, hahahahahaha!!! Não se preocupa não, como boa aquariana já estou me preparando para abrir caminhos, inverter valores, quebrar paradigmas... ;)

Espero que o seu casamento seja exatamente como você deseja e sonha, e pode ter certeza de que eu estarei lá muito feliz por poder partilhar esse momento com vocês, a prima querida e o bom homem! :)

Também tenho certeza de que vai dar tudo certo... como eu disse no último post do ano passado, é só a gente fazer uma força pra chegar mais perto do que a gente quer ser e, ao mesmo tempo, puxar o que a gente quer ser pra um pouco mais perto do que a gente é! ;)

Beijos, amo vocês!

Anônimo disse...

E eu...em menos de 2 meses já estou de trapinhos juntos !! Tentando entender o que aconteceu após os quase enta...e com alguém que já conheço a 3 anos.
Acontece .... uma hora acontece e da onde a gente menos espera. Aprendi a olhar para os lados e ver que há alguém me observando com outros olhos.
Bjs