quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Dilemas, aspirinas e urubus

Na Era dos psicotrópicos, qualquer estado de alma que se afaste minimamente do (falso) paradigma de felicidade apregoado pela mídia passa a ser encarado como um mal a ser combatido. O sofrimento humano vira “transtorno”, “desordem”, fruto de desequilíbrio químico, localizado na anatomia humana e dotado de mil especificidades objetivamente descritas no DSM, dando a (falsa) impressão de que, uma vez identificado e nomeado, pode ser vencido. Diagnóstico, prescrição, tratamento e cura: fim do sofrimento. Mas a vida não é assim...
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Viver é perigoso. Dor e delícia andam juntos. Só quem sabe o que pode perder é capaz de dar valor ao que ganha. Não há vida sem morte, som sem silêncio, luz sem escuridão. Ser humano é isso: eterna corda bamba, travessia entre paradoxos, frágil equilíbrio que se perde e se recupera todos os dias.
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Há dias, porém, em que se alguém me oferecesse uma aspirina para a alma, eu aceitaria sem hesitar.

2 comentários:

Anônimo disse...

Aceita um gole de fanta? ;-)

Vamos almoçar com RCH na sexta?

Renatinha disse...

Cris,
Como sempre vc está certa, só quem perde dá valor quando ganhar, só quem morre é quem está vivo... e tem dias que eu aceitaria 2 aspirinas, na propaganda manda tomar 2...rsrsr
beijos e bons dilemas...
Re