Quando eu estava na segunda série, a tia Liginha se casou. A tia Liginha era a minha professora da segunda série. Como era de praxe naqueles tempos (será que hoje ainda é assim?), a auxiliar de classe organizou os alunos para decidirmos que presente de casamento daríamos à tia Liginha. Depois o presente seria rateado pelos pais dos pimpolhos e todos ficariam felizes.
Tenho lembranças borradas desse episódio, mas anos depois, pensando sobre isso, algumas das sensações voltaram vívidas. A auxiliar deve ter feito uma espécie de brain storming com a gente (fico me perguntando como elas conseguiam fazer a gente criar aquelas histórias coletivas, que elas iam escrevendo na lousa à medida que a classe ia chegando a um certo consenso. Que talento!) e chegamos a duas idéias: uma árvore da felicidade e um aquecedor elétrico.
Eu nunca tinha ouvido falar na tal da árvore da felicidade e muito menos vira uma na vida, mas soou como música aos meus ouvidos de “Laurinha” (“isso é tão romântico, professora Helena!”). Que presente poderia ser mais apropriado a um casal, por ocasião do seu enlace matrimonial, do que uma árvore, o símbolo da vida, do renascimento, da natureza, e ainda por cima da felicidade? (Se alguém duvida de que eu tivesse esse tipo de pensamento aos nove anos – embora provavelmente eles não fossem expressos nessas palavras –, posso mandar um exemplar do livro de mitos e lendas que escrevemos na quarta série; a minha se chamava “A lenda da árvore renascente”. Laurinha na veia!) Imediatamente me convenci de que o presente não poderia ser outro! E curiosamente cerca de metade da classe se posicionou da mesma forma.
A outra metade, como se pode imaginar, estava mais preocupada era com os pés gelados da tia Liginha naqueles dias frios de agosto, e achava que um aquecedor elétrico era um presente bem mais útil e prático de que uma planta que ia morrer em alguns meses largada em algum canto da casa. Aliás, a outra metade estava completamente convencida de que a árvore da felicidade seria um presente de grego.
Essa talvez tenha sido minha primeira experiência vivida sobre o embate entre o romantismo e o pragmatismo – e eu, como não podia deixar de ser, precocemente assumi a minha essência romântica. Sempre dou risada hoje em dia ao pensar sobre isso – um bando de crianças de oito anos tentando decidir entre a matéria e o espírito, entre o real e o simbólico, entre o utilitarismo e o fim-em-si-mesmo. Grandes lições aprendidas na segunda série!
Felizmente optamos pelo caminho do meio, contamos os vinténs dos nossos pais e decidimos que podíamos dar os dois presentes – assim a tia Liginha e o seu marido estariam quentinhos para apreciar a felicidade proporcionada pela sua árvore.
Pensando na minha finada violetinha e considerando que o meu chuveiro e a minha cama já me deixam suficientemente aquecida, me ocorreu: será que não está na hora de ter uma árvore da felicidade?
Tenho lembranças borradas desse episódio, mas anos depois, pensando sobre isso, algumas das sensações voltaram vívidas. A auxiliar deve ter feito uma espécie de brain storming com a gente (fico me perguntando como elas conseguiam fazer a gente criar aquelas histórias coletivas, que elas iam escrevendo na lousa à medida que a classe ia chegando a um certo consenso. Que talento!) e chegamos a duas idéias: uma árvore da felicidade e um aquecedor elétrico.
Eu nunca tinha ouvido falar na tal da árvore da felicidade e muito menos vira uma na vida, mas soou como música aos meus ouvidos de “Laurinha” (“isso é tão romântico, professora Helena!”). Que presente poderia ser mais apropriado a um casal, por ocasião do seu enlace matrimonial, do que uma árvore, o símbolo da vida, do renascimento, da natureza, e ainda por cima da felicidade? (Se alguém duvida de que eu tivesse esse tipo de pensamento aos nove anos – embora provavelmente eles não fossem expressos nessas palavras –, posso mandar um exemplar do livro de mitos e lendas que escrevemos na quarta série; a minha se chamava “A lenda da árvore renascente”. Laurinha na veia!) Imediatamente me convenci de que o presente não poderia ser outro! E curiosamente cerca de metade da classe se posicionou da mesma forma.
A outra metade, como se pode imaginar, estava mais preocupada era com os pés gelados da tia Liginha naqueles dias frios de agosto, e achava que um aquecedor elétrico era um presente bem mais útil e prático de que uma planta que ia morrer em alguns meses largada em algum canto da casa. Aliás, a outra metade estava completamente convencida de que a árvore da felicidade seria um presente de grego.
Essa talvez tenha sido minha primeira experiência vivida sobre o embate entre o romantismo e o pragmatismo – e eu, como não podia deixar de ser, precocemente assumi a minha essência romântica. Sempre dou risada hoje em dia ao pensar sobre isso – um bando de crianças de oito anos tentando decidir entre a matéria e o espírito, entre o real e o simbólico, entre o utilitarismo e o fim-em-si-mesmo. Grandes lições aprendidas na segunda série!
Felizmente optamos pelo caminho do meio, contamos os vinténs dos nossos pais e decidimos que podíamos dar os dois presentes – assim a tia Liginha e o seu marido estariam quentinhos para apreciar a felicidade proporcionada pela sua árvore.
Pensando na minha finada violetinha e considerando que o meu chuveiro e a minha cama já me deixam suficientemente aquecida, me ocorreu: será que não está na hora de ter uma árvore da felicidade?
12 comentários:
"Coisas de Laurinha". Aí eu me denuncio um noveleiro nos tempos de Laurinha Figueroa. Árvore da felicidade dá frutos? Seria ótimo né? Escolhe o que te faz feliz e voi la: temos um belo pé de notas de 100 reais.
Gastonildo e seus comentários engraçadinhos, né lindão?
Eu adoraria uma árvore que desse marzipans (10 calorias, com gostinho de 200), ou rivotril sem efeito colateral, ou sex toys, ou comida japonesa, ou Lost.
hahahahaahaha
Manelson/Pol
Hahahaha Jobs sem noção...
desculpa a ignorância, mas o que vem a ser uma árvore da felicidade???
É o Clive Owen vestido de marrom e verde, tentando me agarrar!
ahahahahahahahahahahaahahahah
beijos, Jobs/Mana/Pol
hahhahaa... povo que comeu palhacitos?? Ou a árvore da felicidade que causa td isso?? rs
Em casa tem 1 há anos! Tá ótima! Não custa tentar...
bjinhos
Laurinha Figueroa... esse nome não me é estranho! Mas não, Gastón... eu tava me referindo à Laura de Carrossel mesmo. Não é do seu tempo. :P
Manélson: são os comentários do Gastón que são engraçadinhos, né? Tá bom...
MH, a árvore da felicidade não é nada tão incrível quanto possa parecer. Ela é apenas uma planta a quem resolveram dar esse nome, para fazer nascer a Laurinha que existe dentro de cada um de nós. ;)
Manélson,
HAHAHAHAHAHAHAHAHA!!! Só agora entendi REALMENTE o seu comentário... não tinha me dado conta de que ele tinha que ser lido junto com o da MH. Figura...
Aninha, cê tá vendo a zona que o povo tá fazendo nesse sistema de comentários? Tão achando que é a Casa da Mãe Manélson, hehehehehe... Bom, então pelo visto a árvore da felicidade pode ser uma boa, hein? ;)
Manelson,
Casa da Mãe Cristina? :-P
eu acho uma boa idéia.
tem uns, ai, esqueci o nome daquelas arvorizinhas japonesas fofas, ah, bonsai, né?!?!
eles devem ficar ótimos, mas tem q cuidar!
beijo.
Esse blog, além de ter textos ótimos, é agora ponto de encontro de gente querida!!
Ameiiiiiiiiiii...
(mas que o povo anda especialmente engraçadinho, isso anda... O que será que eles andam tomando? Tb quero!! rs)
Fica linda!!! a minha eu enfeitei no natal e ficou um show!! arruma uma árvore da felicidade sim (mas ela tem de ser ganhada, vi? igual pimenteira, comigo ninguém pode etc)
beijo
Contemplando Cristina.
Amiga, que história deliciosa! Você é o que é desde de pequena, que maravilha.
Ah, adorei a nova foto.
Você tem uma cópia fácil do jornal do PET sobre cultura russa? Eu tenho, mas só em Curitiba. Tem como scanear e me mandar por e-mail? Seria pedir muito? rs
Bisous.
Manélson: :P pra vc tb! E olha lá, hein... eu já falei que eu não tô podendo com essa tal de Shera, hahahahahahaha :)
Drika: pois é, o negócio é saber cuidar direito, né? Como disse o amigo Gastón, tem que entender a linguagem delas...
Aninha: hahahahaha quer dizer que o Mulher Solteira virou point? Gente bonita, descolada, elegante... hihihihihi!
Claudia: é mesmo? Não sabia dessa história que tinha que ganhar de presente. Bom, fica a dica aos amigos para o Natal, hein? Hehehehehe...
Amiga! Você viu? Não adianta fugir muito à nossa natureza, né? Hahahahaha... Eu ainda não localizei os jornaizinhos, mas vou continuar procurando pra você. Beijão!
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