Eu fiquei devendo aos navegantes alguns esclarecimentos a respeito de novas modalidades de relacionamento da mulher pós-moderna e bem resolvida, entre elas o PA e o ATT. (Lembrem-se: esse texto foi escrito ANTES da minha ida ao Jô Soares!)
Pois bem. A primeira vez que ouvi falar em PA foi da boca de uma amiga decididamente bem-resolvida, que viveu intensamente as suas andanças de mulher solteira e uns anos atrás resolveu amarrar o seu burrinho à sombra de uma árvore frondosa (em outras palavras: casou).
Foi dessa figura que ouvi também, pela primeira vez, a respeito da “pica mágica”. Mas essa eu vou deixar para outro post (Xerazade, Xerazade...).
O fato é que PA nada mais é do que a abreviação de “Pinto Amigo” (já vi em outro blog o correlato “Pau Amigo” e também soube do “Fucking Friend”, mas já falei aqui sobre os meus pudores em nomear as partes íntimas e “pinto” me parece mais, digamos, amigável). Trata-se daquele sujeito com quem a mulher tem um relacionamento cordial e que se propõe a atendê-la em momentos de seca.
Imagino eu que os homens já estejam carecas de usufruir dessa modalidade de relacionamento (o Cafajeste certa vez se referiu à versão feminina do PA como “Mulher Remédio”). A novidade aqui é que também a mulher assume que se trata de um relacionamento fundamentalmente baseado em sexo, sem compromisso, sem cobranças e sem expectativas com relação ao futuro.
Acho interessante que à palavra “Pinto” seja acrescido o adjetivo “Amigo”, porque isso mostra que, além da presteza do dono do próprio em atender aos chamados em momentos de necessidade, também pode (e, para mim, deve) haver carinho e companheirismo nesse tipo de relação. A questão é que de fato não se tem substrato suficiente para uma verdadeira amizade, nem para um “algo mais” (ou até se tem, mas por algum motivo não há interesse em deixar que se desenvolva).
Algum tempo depois, conversando com outra amiga e narrando algumas aventuras com um PA que eu havia descolado, fui apresentada a uma outra denominação para o fenômeno: ATT. Falamos aqui da modalidade de relacionamento “Amigos Também Transam”. Imagino que possa se aplicar aos casos de pessoas que mantém uma relação de amizade e, eventualmente, conseguem transar sem que isso afete o relacionamento e nem este se torne alguma outra coisa. Imagino que nem todo mundo consiga administrar uma relação assim. Eu, como tenho pouca experiência em ter amigos homens justamente pela dificuldade em separar amizade genuína de tesão ou interesse, nunca vivi essa experiência.
Mas quando arranjei o meu segundo PA e, lá pelas tantas, ele ficou com medo que eu estivesse me envolvendo e veio com aquele papo de que queria ser meu amigo, eu, para não perder a boquinha, abri o jogo e disse a ele que eu estava totalmente a fim de um relacionamento casual. E embora para mim ele fosse um PA, resolvi me referir à nossa “condição” como ATT porque isso me pareceu mais digno. De fato, tínhamos uma amiga em comum e por isso a situação exigia um pouco mais de cerimônia do que a minha situação com o outro PA, com quem tive o relacionamento mais livre de toda a minha vida.
O meu primeiro PA realmente rompeu paradigmas – sem piadinhas de duplo sentido, por favor. O primeiro PA a gente nunca esquece. Eu estava no ápice da minha fase “gandaia”, soltinha, curtindo sair para ir a lugares em que conhecia pouca gente e fazer novas amizades, se é que vocês me entendem. Também havia tomado há pouco tempo a minha decisão de ano-novo de beber um pouquinho de vez em quando (deixo essa para outro post também). Assim, quando me vi na festa de 30 anos open-bar do namorado de uma amiga, praticamente sem conhecer ninguém, começou a tocar uma música boa na pista e pensei: “é pra lá que eu vou!”. Lá pelas tantas fiz um pit-stop no bar e pedi uma caipirinha de vodka. Tomei relativamente rápido e não senti efeito nenhum, então resolvi repetir a dose. Do meio pro fim da segunda caipirinha já fiquei le-gal... e saquei que tinha um cara me olhando na pista. E continuei dançado com cara de “Serena & Natural” com o meu melhor sorriso (bêbado). Lá pelas tantas o cara chegou junto e, depois de três frases trocadas, começaram a cantar “Parabéns a Você” para o aniversariante em plena pista. Nem vi o bolo. Em dois minutos estávamos nos beijando e virando polvo (dessa vez não posso reclamar, minha mão também ficou boba, boba).
O detalhe pitoresco dessa ficada é que nessa festa praticamente todo mundo se conhecia e todos os casais formados namoravam há anos. Ou seja, a cena picante na pista de dança atraiu a atenção dos convidados e algum engraçadinho teve a brilhante idéia de imortalizá-la. A foto está aqui, guardadinha no meu laptop (depois de meses de insistência até a amiga liberá-la – menos por pudor ou provocação e mais por falta de tempo para baixar as fotos da festa no computador). Não deixa de ser uma boa recordação daqueles tempos...
Bom, quando o rapaz perguntou se eu queria ir com ele ao banheiro me dei conta de que a coisa já estava bem para lá de Marraquesh. Mas, devido ao meu teor etílico (finalmente entendi por que as pessoas bebem) e considerando que aquela era uma festa fechada e o rapaz tinha alguma procedência (há!), me baixou um pensamento “whattahell” e um espírito “born to be wild”. Com a sanidade que ainda me restava, perguntei se ele estava “prevenido” e acabamos indo para o carro e de lá (mãe, por favor, se você estiver lendo este blog vá buscar um copo d’água) para um motel. Daí pra frente as lembranças são uma seqüência de flashes pra lá de cinematográficos. Como eu disse um pouco antes, mas não com todas as palavras, foi o sexo mais livre que já fiz na vida.
No dia seguinte, descobrimos que o meu carro havia ficado preso no estacionamento da balada e o mocinho gentilmente me levou para casa (detalhe: eu ia receber 30 pessoas em casa naquela noite para comemorar meu aniversário, e ainda não havia comprado absolutamente nada. Agradeço à querida Lilão que me emprestou o seu possante para fazer as compras, evitando que aquele evento fosse um absoluto fiasco).
Foi só nessa viagem que conseguimos efetivamente conversar sobre alguma coisa, e o papo foi bem bacana. Na porta do prédio ele pediu meu telefone e eu dei por desencargo de consciência – que homem, em sã consciência, ia querer ligar depois de uma noite dessas?
Ligou. Sugeriu de a gente se ver, mas não quis marcar nada concreto, então duvidei que ele voltasse a ligar. Mas ligou de novo, e dessa vez me convidou para tomar uma “cerveja” (“cerveja” e “café”, nas minhas conversas, são metáforas para uma boa conversa com um(a) amigo(a) ou pretê), convite ao qual aceitei prontamente.
O gatinho fez bonito: se ofereceu para me buscar em casa, abriu a porta do carro, pagou a conta. Não faço questão dessas coisas, mas naquele contexto, depois do jeito selvagem que as coisas tinham começado, um pouco de delicadeza não faria mal a ninguém.
Conversamos mais um tanto, bebi mais um pouquinho. Achei tudo muito divertido. Falamos abertamente sobre o que havia acontecido, sobre o nosso passado amoroso, nos beijamos e a coisa começou a esquentar outra vez. O resto já se pode deduzir.
Num outro fim de semana, tomei a iniciativa e mandei um torpedo convidando-o para fazer alguma coisa. Ele respondeu prontamente, dizendo que me ligava mais tarde. Acabamos combinando de nos ver no domingo. Ele ligou no exato horário combinado. Disse que estava com um DVD emprestado, perguntou se eu tinha o aparelho na minha casa e sugeriu de vir me encontrar. É claro que saquei o golpe, mas não havia por que ter pudores àquela altura do campeonato. Topei, ele veio e tudo foi muito bom, mais uma vez.
Mais alguns dias se passaram e o PA ligou de novo. Comecei a acreditar em Papai Noel e em Coelhinho da Páscoa. Estava tão orgulhosa de mim mesma por estar sustentando uma relação casual por mais de um encontro! Na hora não pude atender, então retornei à noite, conversamos e combinamos de nos ver no fim de semana. Ele já havia dito que não poderia na sexta (estávamos em uma quinta), mas achou que no sábado ou no domingo ia rolar.
No sábado, então, já que eu não tinha nada a perder e queria saber o que fazer da vida, liguei e deixei um recado pedindo pra ele me ligar de volta, para saber se íamos mesmo nos encontrar ou não.
O retorno do rapaz só veio por torpedo na segunda-feira. “Esse fim de semana não deu. Mas posso passar na sua casa amanhã à noite. Que tal?”.
Foi aí que a minha pós-modernidade começou a ruir. Pera lá, amigo... a gente é adulto, maior de idade, vacinado, eu sei o que você quer, você sabe o que eu quero... pero sín perder la ternura, jamás! Sexo-delivery não é comigo. Não é porque não estou a fim de compromisso ou não tenho expectativas em relação a um PA que vou deixar de me interessar, preocupar, respeitar e ter carinho pelo rapaz (especialmente depois de algum tempo). E nem que vou deixar de querer ir ao cinema, bater-papo, sair, ouvir música etc. Então não é assim que se faz... tem que levar pra passear, fazer carinho, seduzir...
Só de briozinho não respondi ao tal torpedo e confesso, fiquei ainda mais orgulhosa de mim mesma. Eu digo que o primeiro PA rompeu paradigmas! Pela primeira vez o meu amor próprio foi maior do que a minha curiosidade ou vontade de alimentar uma historinha, só para ter uma vida menos ordinária. É claro que, dias depois, mandei um torpedo ou um e-mail como se nada tivesse acontecido... e o rapaz acabou ligando de novo, batemos mais um papo e combinamos outra tentativa de encontro pro final de semana.
No fatídico domingo ele me liga (estava saindo do plantão no trabalho) dizendo que está meio cansado e sugerindo de “passar na minha casa”. Ah, não... digo que eu estou a fim de sair, ele titubeia, diz que vai me ligar de novo. Liga, avisa que vai para casa tomar um banho e dar uma descansada para ver se agüenta sair. E nunca mais liga de novo.
E eu? Fiquei na minha. Foi a primeira vez que senti que alguns tipos de relação têm prazo de validade. Tudo o que aconteceu foi ótimo, mas nenhum de nós estava disposto a fazer mais nenhum esforço para que esse caso tivesse uma continuidade. Ele estava com uma viagem marcada para a Ilha de Malta (seja lá o que for que as pessoas vão fazer na Ilha de Malta). Eu, confesso, já estava mais interessada no meu segundo PA / ATT...
Mas essa, meus amigos, é uma outra história, para um outro pôr-do-sol.
Pois bem. A primeira vez que ouvi falar em PA foi da boca de uma amiga decididamente bem-resolvida, que viveu intensamente as suas andanças de mulher solteira e uns anos atrás resolveu amarrar o seu burrinho à sombra de uma árvore frondosa (em outras palavras: casou).
Foi dessa figura que ouvi também, pela primeira vez, a respeito da “pica mágica”. Mas essa eu vou deixar para outro post (Xerazade, Xerazade...).
O fato é que PA nada mais é do que a abreviação de “Pinto Amigo” (já vi em outro blog o correlato “Pau Amigo” e também soube do “Fucking Friend”, mas já falei aqui sobre os meus pudores em nomear as partes íntimas e “pinto” me parece mais, digamos, amigável). Trata-se daquele sujeito com quem a mulher tem um relacionamento cordial e que se propõe a atendê-la em momentos de seca.
Imagino eu que os homens já estejam carecas de usufruir dessa modalidade de relacionamento (o Cafajeste certa vez se referiu à versão feminina do PA como “Mulher Remédio”). A novidade aqui é que também a mulher assume que se trata de um relacionamento fundamentalmente baseado em sexo, sem compromisso, sem cobranças e sem expectativas com relação ao futuro.
Acho interessante que à palavra “Pinto” seja acrescido o adjetivo “Amigo”, porque isso mostra que, além da presteza do dono do próprio em atender aos chamados em momentos de necessidade, também pode (e, para mim, deve) haver carinho e companheirismo nesse tipo de relação. A questão é que de fato não se tem substrato suficiente para uma verdadeira amizade, nem para um “algo mais” (ou até se tem, mas por algum motivo não há interesse em deixar que se desenvolva).
Algum tempo depois, conversando com outra amiga e narrando algumas aventuras com um PA que eu havia descolado, fui apresentada a uma outra denominação para o fenômeno: ATT. Falamos aqui da modalidade de relacionamento “Amigos Também Transam”. Imagino que possa se aplicar aos casos de pessoas que mantém uma relação de amizade e, eventualmente, conseguem transar sem que isso afete o relacionamento e nem este se torne alguma outra coisa. Imagino que nem todo mundo consiga administrar uma relação assim. Eu, como tenho pouca experiência em ter amigos homens justamente pela dificuldade em separar amizade genuína de tesão ou interesse, nunca vivi essa experiência.
Mas quando arranjei o meu segundo PA e, lá pelas tantas, ele ficou com medo que eu estivesse me envolvendo e veio com aquele papo de que queria ser meu amigo, eu, para não perder a boquinha, abri o jogo e disse a ele que eu estava totalmente a fim de um relacionamento casual. E embora para mim ele fosse um PA, resolvi me referir à nossa “condição” como ATT porque isso me pareceu mais digno. De fato, tínhamos uma amiga em comum e por isso a situação exigia um pouco mais de cerimônia do que a minha situação com o outro PA, com quem tive o relacionamento mais livre de toda a minha vida.
O meu primeiro PA realmente rompeu paradigmas – sem piadinhas de duplo sentido, por favor. O primeiro PA a gente nunca esquece. Eu estava no ápice da minha fase “gandaia”, soltinha, curtindo sair para ir a lugares em que conhecia pouca gente e fazer novas amizades, se é que vocês me entendem. Também havia tomado há pouco tempo a minha decisão de ano-novo de beber um pouquinho de vez em quando (deixo essa para outro post também). Assim, quando me vi na festa de 30 anos open-bar do namorado de uma amiga, praticamente sem conhecer ninguém, começou a tocar uma música boa na pista e pensei: “é pra lá que eu vou!”. Lá pelas tantas fiz um pit-stop no bar e pedi uma caipirinha de vodka. Tomei relativamente rápido e não senti efeito nenhum, então resolvi repetir a dose. Do meio pro fim da segunda caipirinha já fiquei le-gal... e saquei que tinha um cara me olhando na pista. E continuei dançado com cara de “Serena & Natural” com o meu melhor sorriso (bêbado). Lá pelas tantas o cara chegou junto e, depois de três frases trocadas, começaram a cantar “Parabéns a Você” para o aniversariante em plena pista. Nem vi o bolo. Em dois minutos estávamos nos beijando e virando polvo (dessa vez não posso reclamar, minha mão também ficou boba, boba).
O detalhe pitoresco dessa ficada é que nessa festa praticamente todo mundo se conhecia e todos os casais formados namoravam há anos. Ou seja, a cena picante na pista de dança atraiu a atenção dos convidados e algum engraçadinho teve a brilhante idéia de imortalizá-la. A foto está aqui, guardadinha no meu laptop (depois de meses de insistência até a amiga liberá-la – menos por pudor ou provocação e mais por falta de tempo para baixar as fotos da festa no computador). Não deixa de ser uma boa recordação daqueles tempos...
Bom, quando o rapaz perguntou se eu queria ir com ele ao banheiro me dei conta de que a coisa já estava bem para lá de Marraquesh. Mas, devido ao meu teor etílico (finalmente entendi por que as pessoas bebem) e considerando que aquela era uma festa fechada e o rapaz tinha alguma procedência (há!), me baixou um pensamento “whattahell” e um espírito “born to be wild”. Com a sanidade que ainda me restava, perguntei se ele estava “prevenido” e acabamos indo para o carro e de lá (mãe, por favor, se você estiver lendo este blog vá buscar um copo d’água) para um motel. Daí pra frente as lembranças são uma seqüência de flashes pra lá de cinematográficos. Como eu disse um pouco antes, mas não com todas as palavras, foi o sexo mais livre que já fiz na vida.
No dia seguinte, descobrimos que o meu carro havia ficado preso no estacionamento da balada e o mocinho gentilmente me levou para casa (detalhe: eu ia receber 30 pessoas em casa naquela noite para comemorar meu aniversário, e ainda não havia comprado absolutamente nada. Agradeço à querida Lilão que me emprestou o seu possante para fazer as compras, evitando que aquele evento fosse um absoluto fiasco).
Foi só nessa viagem que conseguimos efetivamente conversar sobre alguma coisa, e o papo foi bem bacana. Na porta do prédio ele pediu meu telefone e eu dei por desencargo de consciência – que homem, em sã consciência, ia querer ligar depois de uma noite dessas?
Ligou. Sugeriu de a gente se ver, mas não quis marcar nada concreto, então duvidei que ele voltasse a ligar. Mas ligou de novo, e dessa vez me convidou para tomar uma “cerveja” (“cerveja” e “café”, nas minhas conversas, são metáforas para uma boa conversa com um(a) amigo(a) ou pretê), convite ao qual aceitei prontamente.
O gatinho fez bonito: se ofereceu para me buscar em casa, abriu a porta do carro, pagou a conta. Não faço questão dessas coisas, mas naquele contexto, depois do jeito selvagem que as coisas tinham começado, um pouco de delicadeza não faria mal a ninguém.
Conversamos mais um tanto, bebi mais um pouquinho. Achei tudo muito divertido. Falamos abertamente sobre o que havia acontecido, sobre o nosso passado amoroso, nos beijamos e a coisa começou a esquentar outra vez. O resto já se pode deduzir.
Num outro fim de semana, tomei a iniciativa e mandei um torpedo convidando-o para fazer alguma coisa. Ele respondeu prontamente, dizendo que me ligava mais tarde. Acabamos combinando de nos ver no domingo. Ele ligou no exato horário combinado. Disse que estava com um DVD emprestado, perguntou se eu tinha o aparelho na minha casa e sugeriu de vir me encontrar. É claro que saquei o golpe, mas não havia por que ter pudores àquela altura do campeonato. Topei, ele veio e tudo foi muito bom, mais uma vez.
Mais alguns dias se passaram e o PA ligou de novo. Comecei a acreditar em Papai Noel e em Coelhinho da Páscoa. Estava tão orgulhosa de mim mesma por estar sustentando uma relação casual por mais de um encontro! Na hora não pude atender, então retornei à noite, conversamos e combinamos de nos ver no fim de semana. Ele já havia dito que não poderia na sexta (estávamos em uma quinta), mas achou que no sábado ou no domingo ia rolar.
No sábado, então, já que eu não tinha nada a perder e queria saber o que fazer da vida, liguei e deixei um recado pedindo pra ele me ligar de volta, para saber se íamos mesmo nos encontrar ou não.
O retorno do rapaz só veio por torpedo na segunda-feira. “Esse fim de semana não deu. Mas posso passar na sua casa amanhã à noite. Que tal?”.
Foi aí que a minha pós-modernidade começou a ruir. Pera lá, amigo... a gente é adulto, maior de idade, vacinado, eu sei o que você quer, você sabe o que eu quero... pero sín perder la ternura, jamás! Sexo-delivery não é comigo. Não é porque não estou a fim de compromisso ou não tenho expectativas em relação a um PA que vou deixar de me interessar, preocupar, respeitar e ter carinho pelo rapaz (especialmente depois de algum tempo). E nem que vou deixar de querer ir ao cinema, bater-papo, sair, ouvir música etc. Então não é assim que se faz... tem que levar pra passear, fazer carinho, seduzir...
Só de briozinho não respondi ao tal torpedo e confesso, fiquei ainda mais orgulhosa de mim mesma. Eu digo que o primeiro PA rompeu paradigmas! Pela primeira vez o meu amor próprio foi maior do que a minha curiosidade ou vontade de alimentar uma historinha, só para ter uma vida menos ordinária. É claro que, dias depois, mandei um torpedo ou um e-mail como se nada tivesse acontecido... e o rapaz acabou ligando de novo, batemos mais um papo e combinamos outra tentativa de encontro pro final de semana.
No fatídico domingo ele me liga (estava saindo do plantão no trabalho) dizendo que está meio cansado e sugerindo de “passar na minha casa”. Ah, não... digo que eu estou a fim de sair, ele titubeia, diz que vai me ligar de novo. Liga, avisa que vai para casa tomar um banho e dar uma descansada para ver se agüenta sair. E nunca mais liga de novo.
E eu? Fiquei na minha. Foi a primeira vez que senti que alguns tipos de relação têm prazo de validade. Tudo o que aconteceu foi ótimo, mas nenhum de nós estava disposto a fazer mais nenhum esforço para que esse caso tivesse uma continuidade. Ele estava com uma viagem marcada para a Ilha de Malta (seja lá o que for que as pessoas vão fazer na Ilha de Malta). Eu, confesso, já estava mais interessada no meu segundo PA / ATT...
Mas essa, meus amigos, é uma outra história, para um outro pôr-do-sol.
6 comentários:
Excelente post!! Confesso que eu não sabia dessa sigla de P.A. Alias sou um PA pra várias amigas. Meu medo é justamente de elas ficarem cobrando algo sério.
:*
adoro te ler. incrível como acontece tuuuudo igual com todo mundo. as fases, as experiências. não duvido que os protagonistas sejam meio que os mesmos...
beijo carinhoso.
Seus textos são ótimos...
nunca tive um PA, mas já tive "namoros" onde ninguém queria que aquilo fosse pra lugar nenhum, só queria curtir mesmo. É quase um PA intensivo e passageiro, não?
Straits,
que bom que você gostou! Achei que um Cafajeste teria preguiça de ler um post comprido desses até o fim, heheheheheh :)
Pelo visto você é um ATT das suas amigas, né? Se fosse PA você não as chamaria de amigas. Acho eu...
Fã,
vem cá, eu te conheço??? Se você for minha amiga deve saber que eu sofro de uma curiosidade patológica... manda uma dica da próxima vez pra eu dar uma resposta mais personalizada.
Beijo carinhoso pra você também :)
MH,
que bom que você está curtindo o blog, querida! É, um namoro meia-boca pode ser quase um PA prolongado mesmo... hahahahahhaha!!! Beijão.
Muito bom! Na minha opinião ATT vira namoro, meus namoros começaram assim... E a relação entre vcs já estava mais para ATT do que para PA (conversas, passeios...) e aí tem um momento que é pegar ou largar. Por outro lado tbm nunca consegui sustentar um PA por muito tempo. Essa história de não conversar (e realmente existem pessoas com as quais vc não quer conversar) me faz perder o interesse no sujeito. Enfim, se correr o bixo pega, se ficar o bixo come...
Bjs
Amiga Silenciosa,
no fim das contas, tudo o que a gente pode concluir é que não tem regra fixa, né? É ir aproveitando os encontros que a vida nos proporciona, sem pensar se eles são certos ou errados... :)
Beijão!
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