Era um sábado frio, como o dia de hoje. 13 de maio. Não fosse a minha “memória ridícula”, como você carinhosamente costumava dizer, talvez a data estivesse gravada do mesmo jeito, pela ironia do seu simbolismo. Quatro anos antes, quando pela primeira vez você sentiu a sua liberdade ameaçada pela minha presença na sua vida, foi no mesmo 13 de maio que tentou partir de mim.
Diferente daquela primeira vez, essa nossa conversa durou menos de 15 minutos. Você foi direto ao ponto e, mesmo engasgada de susto (não era a nossa “melhor fase”?), tantas vezes já vivera essa cena na minha cabeça que foi mais fácil te deixar ir. Sem emoções ou energia, quis tratar de questões práticas: “quem vai ficar com a Mimi?”. Você achou que não era hora, queria pedir desculpas. Eu não queria ouvir desculpas, então pedi pra você ir embora.
Tudo o que aconteceu nas quarenta-e-oito-horas-seguintes faz parte de um quadro semi-abstrato na minha lembrança. O tempo chutou pedrinhas pela rua enquanto eu tentava juntar algumas partes de mim. Na segunda-feira, São Paulo parou; às quatro da tarde não se via mais viv’alma. Temi por você, sozinho, talvez distraído das notícias. Liguei, pedi para ficar em casa. O hábito de cuidar de você, a intimidade já não era mais minha. E todos pareciam silenciosamente se unir à minha dor: a guerra era fora e dentro de mim.
Não sei bem quando foi que o amor acabou (alguém sabe?). Nem você sabia. Às vezes achava que fazia tempo; outras, que ainda não tinha acabado. Mas, naquele sábado, alguma coisa que meus olhos tinham visto e a cabeça ainda não tinha percebido, o meu coração já sabia.
Dizem que leva metade do tempo que se passou junto. Se assim fosse, hoje eu finalmente me livraria de você. Mas não é. Você está em mim como eu estou em você, mesmo que a vida não seja mais a mesma. Já não dói, mas esquecer é impossível.
Diferente daquela primeira vez, essa nossa conversa durou menos de 15 minutos. Você foi direto ao ponto e, mesmo engasgada de susto (não era a nossa “melhor fase”?), tantas vezes já vivera essa cena na minha cabeça que foi mais fácil te deixar ir. Sem emoções ou energia, quis tratar de questões práticas: “quem vai ficar com a Mimi?”. Você achou que não era hora, queria pedir desculpas. Eu não queria ouvir desculpas, então pedi pra você ir embora.
Tudo o que aconteceu nas quarenta-e-oito-horas-seguintes faz parte de um quadro semi-abstrato na minha lembrança. O tempo chutou pedrinhas pela rua enquanto eu tentava juntar algumas partes de mim. Na segunda-feira, São Paulo parou; às quatro da tarde não se via mais viv’alma. Temi por você, sozinho, talvez distraído das notícias. Liguei, pedi para ficar em casa. O hábito de cuidar de você, a intimidade já não era mais minha. E todos pareciam silenciosamente se unir à minha dor: a guerra era fora e dentro de mim.
Não sei bem quando foi que o amor acabou (alguém sabe?). Nem você sabia. Às vezes achava que fazia tempo; outras, que ainda não tinha acabado. Mas, naquele sábado, alguma coisa que meus olhos tinham visto e a cabeça ainda não tinha percebido, o meu coração já sabia.
Dizem que leva metade do tempo que se passou junto. Se assim fosse, hoje eu finalmente me livraria de você. Mas não é. Você está em mim como eu estou em você, mesmo que a vida não seja mais a mesma. Já não dói, mas esquecer é impossível.
6 comentários:
É bom que seja impossível esquecer. Sinal de que foi uma história real, de verdade, daquelas que valeram a pena. O bom é quando pára de doer, pára de perturbar, e fica só a memória, o fato de que aquela pessoa foi uma parte importante da sua vida, que nunca será esquecida.
A nossa história nos faz quem somos hoje, acho que por isso gosto até dos detalhes dramáticos, dos trash...
Bem,em casos como esse uma mãe compreensiva e delicada como eu pensaria em chegar para o cavalheiro em questão e dizer que... EPA! NOSSA! CATAPIMBA! SOCK,SOCK, SOCK! ESMURRA,ESMURRA! BIF,BIF. Uau, escapou... Desculpa... Rs... I'm sorry, não é nada pessoal, mas sabe, mãe é mãe. Mãe Sereia
cara, pensei em escrever mil coisas, mas os posts da sua mãe são o máximo! adorei! porrada mesmo! rsrs.
Quero que pare logo de doer. Decidi que só vou colecionar as lembranças enão mais os sonhos... Esquecer jamais. Mas é bom saber que a dor passa.
Beijos
Puta que pariu.
(longo suspiro...)
E essa ferida que não dói, é uma cicatriz que vai seguir com a gente pra sempre... O difícil é olhar pra essa marca sem lembrar que um dia ela doeu pra dedéu... E que mesmo sem doer hoje em dia, ela nem sempre consegue se esconder por entre roupas ou maquiagem... E isso incomoda... =/
Mas chegará o dia em que essas cicatrizes serão motivos de risadas levemente doces, como as das pessoas sábias que conseguiram superar e aceitar as marcas do tempo...
Ou no mínimo, que essas cicatrizes sejam um detalhe zégzi em nosso corpo, hahaahuahuah
MH,
concordo em gênero, número e grau, baby...
Mãe,
desse jeito você vai espantar os meus talvez-quem-sabe-futuros-pretendentes! Contenha a sua fúria de vingança, afinal, poderia ter acontecido com qualquer um... ;)
Isabela,
hahahahahha!!! Isso, dá corda na mulher!!! Assim mesmo é que eu nunca mais arrumo namorado!
Anna,
na verdade, passa mais ou menos, viu? Mas pelo menos fica suportável. Boa sorte aí com a sua empreitada.
Xi, Nine, faltou repertório! Depois vou te perguntar o que significa esse tal detalhe zégzi que você mencionou...
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