segunda-feira, 16 de julho de 2007

Um sábado na cidade

Parte 4 – Odisséia – a saga continua

Doze estações de metrô, um amor nascente e o-triplo-do-tempo-que-eu-levaria-de-carro depois, chego à estação República. Achei que logo veria um guardinha ou um posto de informações para receber novas instruções (a Cá me mandou olhar na Internet para saber como chegar à Praça Roosevelt da República. Ela definitivamente não sabe como funciona a mente de uma pessoa sem bússola), mas para minha surpresa não há esse tipo de facilidade por lá.

Felizmente podemos sempre contar com os transeuntes. Ele me disse para seguir reto em direção à Igreja da Consolação e explicou que a Praça Roosevelt ficava ao lado. Paro em uma farmácia para comprar Neosaldina e uma água de coco (estava fazendo um calor completamente atípico para um começo de noite de julho!) e aproveito para cumprir o ritual de confirmação de praxe das pessoas perdidas: “moça, pra chegar à Praça Roosevelt é só seguir reto em direção à Igreja da Consolação e a Praça fica ao lado?”. Ela me confirma as coordenadas.

Ando mais um pouco até chegar ao que eu considero uma bifurcação, então resolvo repetir o ritual mais uma vez e tirar a teima com o dono de uma banca de revistas. De parada em parada, finalmente chego à Praça Roosevelt.

E onde, exatamente, na Praça Roosevelt, fica o samba da Praça Roosevelt? Caminho alguns passos e estou em frente ao Espaço dos Satyrus. Lembro que a Cá mencionou o Satyrus como um ponto de referência. Hum... talvez se eu seguir mais uns passos serei capturada pelas notas do samba como um ratinho de Hamelin.

Muitos passos depois, constato que cheguei ao fim da praça. É hora de recorrer ao bom e velho estratagema do transeunte. “Amigo, por favor: você sabe onde fica um samba que tem aqui na praça?”. “Fica do outro lado da praça, moça”. Naturalmente...

Atravesso a rua e caminho de volta para o meu ponto de origem. No meio da rua, mais uma paradinha para confirmar: a moça aponta um local a umas três casas de distância e percebo que venci todos os obstáculos que me separavam do famoso samba da Praça Roosevelt.

Agora só falta achar minha amiga Cá: na “parte de fora” do samba não tem ninguém! Tento ligar no celular dela duas, três, quatro vezes. Não atende. Será que ela recebeu meu torpedo avisando que eu estava saindo de casa? Será que ela é do tipo que some e não dá satisfação? (com amigas novas a gente nunca sabe...) Será que ela me mandou um torpedo de volta que não chegou?

Fico dando voltas em torno do samba, procurando o rosto da Cá na multidão e pensando que seria muito frustrante fazer todo o percurso do metrô de volta sem ter pelo menos aproveitado um pouco da programação original. Por fim, recurso derradeiro: resolvo mandar outro torpedo (depois de ter deixado uma mensagem de voz, me dei conta de que com aquele barulho seria impossível ouvir qualquer coisa). Uma mão aparece acenando do meio da “parte de dentro”: Cris!

Cheguei.

3 comentários:

MH disse...

e agora você interrompe o post e me pede pra esperar pra saber mais do famoso samba??? rs

já é um alívio saber que vc chegou...

Anônimo disse...

Nossa... achei que vc ia voltar pra casa!
Que disposição mulher!
Tts obstáculos... eu já tinha desanimado... hehehee
Conte mais! Espero que tenha se divertido!
Bjos
Aninha

Anônimo disse...

Meninas,
nem eu agüento mais esse sábado na cidade, hahahahaha!!! Acho que vou fazer que nem a direção da globo, que encurta a novela quando não dá ibope.
Aninha: nem foram tantos obstáculos assim... toda essa "saga" durou pouco mais de uma hora... desconta a licença poética! ;)
Beijoca,
Cris.